Bastou um breve descuido com a tabua da maré para que mais de cem carros
fossem ‘engolidos’ pela maré no primeiro dia do ano. O caso aconteceu
na faixa de areia da Praia do Araçagi, no Município de São José de
Ribamar. A maioria dos veículos ficou danificados devido à força das
águas. Os que não foram arrastados ou submersos precisaram ser rebocados
com a ajuda de tratores ou troller.
O
cenário de quem chegou ao local era de caos total após um dia de muita
diversão. Logo na entrada da praia era possível encontrar um Volvo, de
cor vermelha, de placas KES 5426, praticamente coberto pela água do mar.
Todos os pneus atolados na areia e uma parte do vidro da janela direita
quebrada como ainda os bancos molhados. Segundo o proprietário do
veículo, o goiano Vitor Hugo Pereira, teve um prejuízo de mais de R$ 20
mil reais. “A verdade que vou levar diretamente para o mecânico e tentar
aproveitar algumas peças que podem ser reaproveitadas”, declarou.
Ao
lado desse carro tinha uma Van, de cor prata, de placa NMR 6082, que
após a utilização de muita força e garra de mais de 20 homens
conseguiram desatolar. Mas, mesmo assim, ainda sofreu danificação na
estrutura metálica, uma delas justamente o para-choque.
A
poucos metros desse ponto havia um aglomerado de veículos atolados e
muitos até mesmo em cima um do outro. Um Fiat prata, de placa NHK 6902,
estava com a frente toda destruída e supostamente com o motor
danificado. O proprietário do carro, Hélio Pestana ficou sem saber o que
fazer, no momento, almejava pelo menos retirar o Pálio daquele local e
levar para a sua casa, na Cohab.
Ainda havia uma Montana, de
cor preta, de placa NMR 8241, coberta pela água. Para retirá-la foi
necessário primeiramente o auxílio de um Trator, logo em seguida, a
força dos braços de mais de 30 homens. Já a situação de um Celta, sem
placa, era de destruição total. Os pneus enterrados na areia, as portas
quebradas e as janelas, possivelmente, foi levada pela onda do mar.
“Agora, não tenho mais carro, pois, o ano começou mal para mim e a minha
família.
Maré alta
Na
volta para casa, os banhistas enfrentaram um enorme engarrafamento para
deixar a faixa de areia da praia e alguns ainda tentaram sair pelas
dunas, mas, não conseguiram.
A
maré subiu rapidamente, os carros foram se aglomerados nas proximidades
dos bares e acabaram sendo tragados para o mar. Outros motoristas ainda
tentaram sair pelas dunas, mas, os carros atolaram na areia muito fofa.
Um
outro motivo declarado pelos banhistas foi justamente a falta de
estrutura das praias da ilha de São Luís, pois, no Araçagi não há
nenhuma placa informando
sobre os perigos do local, inclusive, da possibilidade da água do mar
chegar até os bares. “É muito descaso das autoridades que não respeitam
os banhistas e muito menos a natureza” disse Jaciara Luzo.
O
outro turista, Ronaldo Carvalho, de 35 anos, veio passar o Réveillon,
no Araçagi, mas, jamais tinha a noção que a força da maré era tão forte e
poderia ocasionar grandes prejuízos a um grande número de pessoas, que
estavam tendo um dia de lazer com a família. “O meu carro, um Celta, que
comprei a menos de dois meses, está todo destruído. De fato tive um
grande prejuízo”, reclamou.
Até
o momento em que estava a equipe de O Imparcial na área não havia
nenhum representante do poder público e muito menos do Corpo de
Bombeiro, Guarda Municipal, da Defesa Civil ou da Polícia Militar para
coordenar o problema. No entanto, todos os veículos estavam sendo
rebocados pelos banhistas ou donos de barracas da praia.
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