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Com Bolsa Família, mãe sustenta três filhos e constrói casa no Maranhão

A panela com feijão apitava sobre o fogão antes das 11h do dia 13 deste mês, uma quinta-feira. Sob uma temperatura próxima aos 40°, Iziane Freitas, 32 anos, já havia montado a banca onde vende frutas em frente à casa de apenas um cômodo que divide com o marido e os três filhos, num espaço de cerca de 15 metros quadrados. Com o trabalho, a mulher ajuda a sustentar a família. Naquela manhã, ela esperava que o forte calor aumentasse as vendas de frutas.

"Às vezes, consigo R$ 10, em outros dias R$ 20, e assim a gente vai levando a vida", disse Iziane, deixando a timidez transparecer na voz. Na vendinha montada em frente à sua casa, no município de São José do Ribamar, a 32km de São Luís, a mulher comercializa laranja, banana, mexerica, entre outras frutas, pipoca doce e balas.

A dificuldade da família só não é maior porque Iziane é beneficiária do Bolsa Família, programa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Agora, a mulher também recebe o complemento da ação Brasil Carinhoso - benefício a que tem direito por causa do filho mais novo, Iarley, que tem 5 anos, e da renda mensal por integrante da família, que era inferior a R$ 70.


Com o Brasil Carinhoso, que faz parte do Plano Brasil Sem Miséria, a maranhense de estatura baixa e morena clara passou a receber R$ 270 por mês de transferência de renda. "Antes da ajuda do governo (federal), a gente passava até fome", desabou.

Iziane compra roupas, material escolar, alimentos e remédios para os filhos com o dinheiro do Bolsa Família. "A maior parte uso pra comprar as coisas para os meus filhos."

Casa nova - O Bolsa Família também ajudou Iziane a construir uma nova moradia. Ela lembra que há mais ou menos dois anos a casa de taipa (construção comum no Nordeste, feita com barro, cascalho, pau e palha) da família desabou. À época, o marido de Iziane, Rosemiro Lisboa, 33 anos, estava desempregado.

Iziane passou, então, a economizar uma parte do dinheiro do programa. "Separava um pouco do que recebia do Bolsa Família e ia comprando tijolo por tijolo, pouco a pouco, para construir um lugarzinho para a gente morar."

O marido ainda não conseguiu um emprego fixo e vive de bicos no ramo de serviços gerais. Como precisa cuidar dos filhos, Iziane tem dificuldade para arranjar emprego com carteira assinada. "Tenho muita vontade de trabalhar, mas não posso, porque tenho de preparar o almoço e arrumar os meninos para ir à escola. Dos meus três filhos, só o Fernando estuda em tempo integral. Não tenho com quem deixar os outros dois."

Escola integral - Fernando, 7 anos, estuda na Escola Municipal Liceu Ribamarense, eleita pelo Ministério da Educação (MEC), por intermédio do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011, como uma das 50 melhores instituições de ensino do Brasil. O Liceu Ribamarense apresentou ainda o melhor desempenho entre as instituições públicas do Maranhão. Na avaliação do Ideb, a escola alcançou 6.8 pontos (4,5 a mais do que a média nacional). "Gosto muito de matemática e das aulas de música e informática", contou o menino. "É muito bom."

Inaugurado em 2008, o Liceu Ribamarense atende 400 estudantes. Do total, cerca de 80% dos alunos são beneficiários do Bolsa Família, como Fernando. Em razão dos bons resultados, o município inaugurou em 2011 a segunda unidade do Liceu e a prefeitura já comprou um novo terreno para construir a terceira escola de tempo integral.

"Além de uma biblioteca com amplo acervo, brinquedoteca, salas climatizadas, aulas de música e informática, com um computador conectado à internet para cada aluno, oferecemos três refeições diárias: café da manhã, almoço e lanche da tarde", disse a diretora da escola, Inailde Gomes Pereira.

Fonte: O Imparcial

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