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Identificados e presos seqüestradores do menino Pedro Paulo Lemes

Pedro Paulo foi sequestrado em sua casa no centro de Imperatriz na manhã do dia 27 de junho, sendo mantido em cativeiro por 14 dias e libertado na noite de terça-feira.

Imperatriz - Um minucioso trabalho de investigação liderado pela equipe da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) e o apoio das polícias Civil e Militar do Tocantins e do Pará, resultou na libertação e elucidação do sequestro do menino Pedro Paulo Mendes, 4 anos e a prisão de 3 pessoas acusadas de integrarem a quadrilha que atuou na trama. Pedro Paulo foi sequestrado em sua casa no centro de Imperatriz na manhã do dia 27 de junho, sendo mantido em cativeiro por 14 dias e libertado na noite de terça-feira (10) no distrito de Cicilândia, município de Palmeirante no Tocantins, mediante o pagamento de R$ 500mil, numa ação orientada e monitorada pela equipe de investigação da Seic.


Em entrevista no fim da tarde desta quarta-feira (11), em Imperatriz, o  secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes, disse que o principal mandante do sequestro do menino Pedro Paulo Lemes, é um ex-funcionário de seu pai, o empresário Jurandir Mellado. O secretário destacou também, a importância da ação conjunta. “Foi realizada uma investigação extremamente técnica e nossa prioridade era preservar a vida do Pedro Paulo. A polícia maranhense, do Tocantins, Goiás e do Pará realizou um grande trabalho e acredito que seja apenas questão de tempo para que todos sejam presos”, declarou.

Mendes, acompanhado dos delegados que trabalharam no caso e de promotores do Ministério Público, apresentou o principal mandante do crime e mais dois integrantes da quadrilha envolvida na ação e detalhou as informações sobre os motivos do sequestro. Foram apresentados Antonio Diagui, acusado ser o mentor do sequestro, preso em Imperatriz; Ricardo Feitosa Santos, sequestrador que invadiu a casa e receptou a criança; e Bruno Francisco, responsável pelo apoio logístico do crime, sendo a pessoa que resgatou os dois criminosos após o pagamento do resgate, ambos presos na cidade de Marabá no Pará.

O secretário Aluísio Mendes confirmou também a prisão de mais duas pessoas efetuadas no local onde Pedro Paulo era mantido em cativeiro, sendo uma mulher e um homem, que não tiveram os nomes revelados em função da polícia está realizando averiguação para apurar o verdadeiro nome deles, já que foram encontrados com diversas carteiras de identidade. As equipes de investigação continuam na busca de mais quatro foragidos: uma mulher e três homens.

“Esse foi um trabalho realizado com o máximo de critério técnico possível e desde o início das investigações nós nos baseamos em conhecimentos de inteligência e graças a um trabalho apurado de inteligência que nos permitiram fazer todo o acompanhamento desse crime, onde conseguimos garantir a liberdade da criança com segurança, desbaratar o sequestro e realizar a prisão de parte de integrantes desta quadrilha em menos de 24 horas da libertação, dando uma resposta rápida a sociedade maranhense”, disse o secretário, que agradeceu a participação das polícias dos estados de Tocantins e Pará, além da atuação do Ministério Público maranhense e do poder Judiciário.

Estiveram presentes, o secretário-adjunto de Inteligência, Laércio Costa; o superintendente de Polícia Civil do Interior, Jair Paiva Lima; os delegados André Gossain; da Seic e Assis Ramos; da 10ª Delegacia de Imperatriz; comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, Edeílson Carvalho; e o promotor de Justiça, Joaquim Ribeiro Júnior.

A trama
De acordo com a polícia, o sequestro do menino Pedro Paulo Lemes foi idealizado por Antonio Dagui, ex-funcionário do pai da criança, Jurandir Mellado. Dagui, por anos, trabalhou com a família do sequestrado e conhecia de perto todos os hábitos dos moradores da casa onde vivia o garoto, o que lhe facilitou detalhar a quadrilha de sequestradores, os passos e o poder aquisitivo de cada um dos famialires de Pedro Paulo. Dagui foi demitido este ano.

De posse dos dados da rotina da família, Antonio Dagui informou a líder do bando, já identificado pela policia como de alta periculosidade e com mais de 10 mandados de prisão, sendo procurado no Brasil inteiro. Ele repassou, inclusive, as condições de saúde da criança, que tem rejeição a lactose e também o valor máximo que eles poderiam pagar pelo resgate. A partir daí, a quadrilha se organizou e começou a planejar o sequestro consumado na manhã de 27 de junho.

“Essa é uma quadrilha extremamente perigosa e muito bem organizada. Todas as nuances do sequestro revelam isso e basta ver o modus operandi dos mesmos, que só se comunicaram com a família através de mensagens cifradas abandonadas dentro de pequenos frascos em pontos estratégicos de Imperatriz e por meio de chip de memória, onde as mensagens em gravadas e depois repassadas aos interlocutores”, detalhou Aluisio Mendes. O secretário informou também que este tipo de sequestro só foi realizado uma vez no Brasil, no Estado do Paraná e, agora, no Maranhão.

Libertação e prisão
De acordo com o secretário, o trabalho da polícia foi iniciado logo após o sequestro de Pedro Paulo. Equipes de delegados e investigadores da Seic vieram para região de Imperatriz e, com apoio dos agentes da 10ª Delegacia Regional, começaram as ações de investigação do caso. No primeiro momento, a operação se concentrou com buscas na região Norte do Tocantins, conhecida como Bico do Papagaio e depois desencadeou para o estado do Pará.

De acordo com o delegado André Grossain, da superintendência Estadual de Investigações Criminais, os sequestradores mantiveram contato com a família desde os primeiros momentos do sequestro. “Nós não divulgamos isso porque o sigilo era fundamental neste caso, mas, a partir destes contatos iniciais, nós começamos a desvendar este crime. Quando tivemos a certeza que a criança estava bem e havia sido libertada, nós partimos para a prisão da parte do bando de sequestradores”, informou ele.

Autorizada e monitorada pela policia, a forma de pagamento foi negociada com os sequestradores o que culminou com a prisão do mentor, de um dos sequestradores e de outro envolvido no caso.

Na noite de terça-feira (10) Pedro Paulo foi libertado no estado do Tocantins e a polícia monitorou os passos das pessoas incumbidas de buscar o valor do resgate na cidade de Araguaína. Na manhã de quarta-feira (11), Antonio Dagui foi preso em Imperatriz com R$100mil. O restante do dinheiro foi dividido entre os outros membros da quadrilha.

A operação para prender todo o bando envolvido no sequestro continua. Homens da Seic, em parceria com as polícias do Tocantins, estão em campo e realizam o andamento dos trabalhos de investigação.
Fonte: O Imparcial

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