Luiz Henrique Romão, o Macarrão, confessou durante interrogatório que, a
pedido do ex-goleiro Bruno, entregou Eliza para uma pessoa que estava
em um carro preto. Braço direito de Bruno na Época, Macarrão é acusado
de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado e
ocultação de cadáver.
Segundo ele, após um jantar, em que estavam ele, Eliza Samúdio e o menor Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro Bruno, os três voltavam na Land Rover, quando uma teve início uma discussão dentro do carro. “Jorge deu uma cotovelada e a acertou no nariz”, disse. Os três, então, foram para o sítio do goleiro, em Contagem (MG).
A pedido de Bruno, ele e Jorge levaram Eliza de carro até um determinado ponto. Segundo ele, Bruno recebeu um telefone e então pediu para que os dois levassem a moça até um determinado ponto. Segundo Macarrão, ela achava que seria levada para um apartamento do jogador. No entanto, no meio do caminho, eles pararam para falar com uma pessoa que estava em um Palio preto. “Foi tudo muito rápido”, relatou. Eliza, então, desceu e seguiu com essa pessoa dentro do carro. A partir daí, ela nunca mais foi vista.
Segundo ele, após um jantar, em que estavam ele, Eliza Samúdio e o menor Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro Bruno, os três voltavam na Land Rover, quando uma teve início uma discussão dentro do carro. “Jorge deu uma cotovelada e a acertou no nariz”, disse. Os três, então, foram para o sítio do goleiro, em Contagem (MG).
A pedido de Bruno, ele e Jorge levaram Eliza de carro até um determinado ponto. Segundo ele, Bruno recebeu um telefone e então pediu para que os dois levassem a moça até um determinado ponto. Segundo Macarrão, ela achava que seria levada para um apartamento do jogador. No entanto, no meio do caminho, eles pararam para falar com uma pessoa que estava em um Palio preto. “Foi tudo muito rápido”, relatou. Eliza, então, desceu e seguiu com essa pessoa dentro do carro. A partir daí, ela nunca mais foi vista.
“Voltamos para o sítio, eu estava chorando muito, mas o Jorge estava tranquilo”, afirmou. Ao chegar no local, se encontraram com Bruno e o goleiro teria dito: “tá tranquilo”. Macarrão disse que não sabia quem era a pessoa a quem entregou Eliza. “Por toda a situação, acredito que foi a mesma pessoa que falou com o Bruno pelo telefone”, relatou. A acusação acredita que a pessoa em questão seria o ex-policial Bola.
Após a revelação, juíza questionou: “o senhor se sente mais aliviado com tudo o que falou hoje?”. Chorando, Macarrão respondeu que sim. “Guardei tudo isso por dois anos, quatro meses e 22 dias", contou. “O Bruno acabou com a minha vida”, disse.
Festas e sexo
No início do julgamento, questionado pela juíza se as acusações contra ele eram verdades, ele disse: “Em partes é verdade”, assumiu, já dando a entender que passaria a colaborar com o julgamento. Durante o interrogatório, ele disse que o ex-goleiro do Flamengo lhe contou que havia conhecido Eliza em uma festa. “Transou com a garota em 15 minutos”, afirmou, emendando o tipo de festa em que os dois estavam. “Só loucura, infelizmente. Muita mulher, muito jogador de futebol”, lembrou.
Tempo depois, Macarrão disse que Bruno o ligou para avisar que acreditava que tinha engravidado Eliza. Segundo Luiz Henrique Romão, ele passou, então, a administrar a situação para o jogador, principalmente sobre pedidos de dinheiro feitos pela mulher.
Confira os principais pontos do depoimento de Macarrão durante o interrogatório da juíza:
» Por volta de 23h15, Macarrão retorna ao salão do júri e se senta de frente à juíza. Depois da leitura das acusações, Marixa Rodrigues pergunta: "Eu gostaria de saber do senhor se essas acusações são verdadeiras", diz a juíza. "Parcialmente", ele responde;
» Macarrão diz que sempre quis falar, mas foi impedido pelos advogados. Diz que não é um monstro e que responderá a verdade sobre tudo;
» Juíza lembra a data de 4 de junho e pergunta quem convidou Eliza para ir ao hotel no Rio. Ele diz que não foi a convite de ninguém. Macarrão afirma que Eliza quis ir ao Rio discutir a pensão com Bruno e ele providenciou hospedagem, pois tinha contatos na rede hoteleira;
» Macarrão conta que Bruno conheceu Eliza em uma orgia em um apartamento no Rio. Juíza pergunta como ele soube da existência da jovem. “Só fui saber o nome da senhorita Eliza em 2009, quando houve aquele fato no Rio de Janeiro" diz se referindo à denúncia de Eliza. "Infelizmente era uma vida de só loucuras. Muitas mulheres, muitos homens, muitas bebidas", completa;
» O réu destaca que não estava presente na orgia na casa de Paulo Victor, mas que Bruno comentou que fez sexo com Eliza em 15 minutos;
» Macarrão diz que começou a trabalhar no Rio em janeiro de 2010. "Infelizmente meu patrão (Bruno) não tinha dinheiro nem para colocar gasolina no carro”. Macarrão afirma que a vida financeira de Bruno era completamente descontrolada, embora tivesse salário de um grande clube;
» Macarrão diz que Bruno confiou a ele negociar repasse de dinheiro a Eliza. "Ele deu meu telefone para ela, meu ID", conta. "Infelizmente ela só me ligava para falar questões de dinheiro, reclamando que não tinha sido depositado", completa;
» Macarrão revela que o Flamengo devia R$ 325 mil a Bruno, pagos com três cheques. Ele afirma que o jogador devia cerca de R$ 400 mil.
» "Eu dei a ele (Bruno) um cheque de R$ 107 mil para pagar, é um absurdo, apenas roupas", conta o réu;
» Macarrão afirma que Eliza exigia, além de dinheiro, que Bruno conhecesse o filho. "Fui eu quem levei ela para conhecer o menino";
» Macarrão diz que não atendeu ligação de Eliza em 4 de junho de 2010 porque sabia que ela queria dinheiro e ele não tinha de onde tirar. Ele revela que foi jantar naquela noite no restaurante chamado Rosas, em companhia do adolescente, onde encontraram Eliza;
» O acusado diz que Eliza começou a xingá-lo, exigindo dinheiro. "Calma coração, nós vamos resolver isso", e a levou ao banco. Macarrão conta que ele, o adolescente e Eliza foram na Land Rover para ele provar à jovem que não havia R$ 1.500 na conta;
» Macarrão conta que fez então um saque de R$ 800 da própria conta e passou para Eliza;
» Juíza pergunta da briga entre Eliza e o menor no carro. Macarrão conta que no trajeto de volta ao flat foi quando ocorreu a briga na Land Rover. "O adolescente estava muito alterado";
» Macarrão conta que o adolescente começou a agredir Eliza verbalmente na Land Rover. "Por que o Bruno foi mexer com este tipo de mulher?";
» Eliza revidou, dizendo "seu primo tá achando que é um Rogério Ceni? Seu primo é um filho da puta(sic)". Foi então que o menor bateu nela;
» Macarrão diz que assustou quando viu o nariz de Eliza sangrando e que quase bateu o carro nesta hora;
» Ele disse que parou e discutiu com o jovem: “você viu o que você fez, cara? Amanhã essa mulher vai estar na imprensa”;
» Macarrão destaca que teve medo de deixar Eliza sozinha com o adolescente na casa, por isso chamou a Fernanda para ir até lá. Com Fernanda na casa, Macarrão saiu "no carro dela" para comprar remédio para dor de cabeça da modelo e curativo para o nariz dela;
» "Ela não tinha uma mala como todos falam. 'A mala vermelha, a mala branca', isso nunca existiu". Diz que tinha duas bolsas pequenas;
» Uma das malas ficou no hotel. "Se eu tivesse fazendo algo escondido, entrava lá e pegava a bolsa. Eu tinha acesso livre no hotel", afirma;
» Juíza pergunta se o menor se machucou na briga. “Foi uma briga feia. Ele ficou com o braço todo arranhado, até saiu sangue", conta Macarrão;
» Marixa então pergunta da suposta coronhada. "Nunca andei armado e o adolescente também não tinha arma", garante Macarrão, negando machucado na cabeça de Eliza;
» Macarrão responde que Eliza dormiu no quarto dele, com a criança. "A Fernanda pegou a criança quando ela estava passando remédio". Fernanda dormiu naquela noite no quarto de Bruno, segundo Macarrão. "Hora nenhuma eu coloquei a Fernanda para vigiar a Eliza";
» Filmes pornográficos feitos por Eliza foram assunto na manhã seguinte, quando todos acordaram na casa no Recreio dos Bandeirantes. A juíza pergunta por que o trabalho de Eliza foi assunto da conversa. "Eu vi o filme e fiquei curioso em saber se era verdade a cena", conta. Juíza pergunta se Eliza disse ter vontade de parar com filmes. "Não, ela disse 'meu ouro está ali'";
» Depois do café da manhã, Macarrão foi ao encontro de Bruno no hotel onde estava concentrado e contou todo o ocorrido na noite anterior. Macarrão diz que Bruno ficou assustado com o relato e o xingou por ter chamado a Fernanda. Depois da conversa, Macarrão voltou para casa;
» Macarrão diz que estavam com viagem marcada para Minas, porque no dia seguinte teria jogo do 100% e convidou Fernanda para ir conhecer os jogadores do time;
» Naquele sábado, 5 de junho, Macarrão não foi buscar o Bruno após o jogo do Flamengo, porque goleiro estava com carro emprestado por um amigo;
» Nesse dia Bruno conversou com Eliza. "Ele falou que ela pediu um dinheiro, sem falar para quê. Ele me falou que ela pediu R$ 50 mil";
» Macarrão disse a Bruno que tinha R$ 30 mil no sítio em Esmeraldas. "Já é mano (sic), pede o Elenilson para fazer um doc", disse;
» Macarrão afirma que Eliza recusou o depósito, dizendo que não confiava mais neles, e que iria para o sítio pegar o dinheiro em espécie;
» Macarrão faz questão de deixar claro que Eliza veio a Minas por livre e espontânea vontade. Diz que vieram em dois carros, porque era de praxe;
» Macarrão conta que no trajeto do Rio a Minas deram carona para um policial. Ele conta que chegando em Contagem, de madrugada, decidiram dormir em um motel pois não sabiam se Dayanne estava no sítio;
» Macarrão conta que pela manhã Bruno ligou da porta do motel querendo entrar no quarto. "Liguei para a recepção e reservei suite ao lado". O goleiro se hospedou com Fernanda e Macarrão diz que não sabia que o Sérgio estava junto deles;
» Macarrão critica Sérgio e Jorge. "Eu não gostava do Sérgio, eu não andava com o Jorge. Sérgio foi no quarto mexer com ele";
» Após o jogo do 100%, foram comemorar em um bar e Eliza não quis ficar porque estava frio. Seguiram então para o sítio em Esmeraldas;
» Macarrão diz que se dividiram nos vários quartos e que não se recorda de muitos detalhes porque "estava muito bêbado";
» Segundo o réu, na segunda-feira, ele Fernanda voltaram para Rio de Janeiro. Pegaram o carro dela que ficou na casa do Recreio e foram comprar carne para a festa do 100%. Na terça, Macarrão deu entre R$ 8 e R$ 10 mil a Fernanda para ela organizar a festa e voltou a Minas de avião, no fim da noite;
» Macarrão conta que naquele dia soube da apreensão da Land Rover, por causa do IPVA vencido, e afirma que não mandou lavá-lo;
» Macarrão diz que quando chegou no sítio ocorria uma festa de "panelinha nossa". Pouco antes, soube de proposta do Milan a Bruno;
» De manhã, Dayanne chegou no sítio pois queria surpreender Ingrid, com quem Bruno já namorava. Ela não sabia de Eliza e todos se esconderam;
» Dayanne desconfiou que Ingrid estivesse lá e quis entrar no quarto de Macarrão para conferir. "Quero saber quem é a vagabunda (sic) que está aí";
» Bruno autorizou entrada de Dayanne no quarto, dizendo que ela já conhecia Eliza, para quem telefonava xingando e trocando ofensas;
» Segundo ele, para cada mulher Bruno fazia uma promessa. Para Dayanne, que reataria casamento. Para Ingrid, que morariam juntos. Macarrão diz que se afeiçoou à Fernanda e que achava 'sacanagem' que Bruno a enrolasse como fazia com as outras;
» Em 9 de junho, véspera da suposta morte de Eliza, Macarrão diz que ela estava no sítio e acompanhou os dois amigos jogarem videogame;
» Na mesma tarde, Bruno quis levar o bebê para que a mãe dele conhecesse o novo neto. Eliza não os acompanhou. Ficaram lá em torno de um hora;
» Na volta para o sítio, Dayanne e babá os acompanharam no mesmo carro. Chegaram lá à noite "e estava tudo normal, todos os meninos tavam (sic) lá";
» Juíza pede que Macarrão fale sobre a quinta-feira, 10 de junho, data da suposta execução. "Acordamos na correria, acho que fizemos compra";
» Macarrão garante que Eliza estava no sítio, que almoçaram todos lá, e diz que até o fim da tarde saiu várias vezes. Saídas foram para resolver detalhes do jogo e da festa do 100% marcados para o domingo no Rio de Janeiro;
» Macarrão revela que uma pessoa ligou várias vezes para o celular dele de um número desconhecido querendo falar com Bruno. Quando o atleta respondeu a ligação, Macarrão disse que notou o amigo estranho. "Notei a aparência dele estranha". Bruno, então, o orientou a levar Eliza para a Região da Pampulha. Contou com a voz embargada por choro;
» "Eu falei com ele, Bruno, estou te falando como irmão, deixa essa menina em paz, deixa essa menina";
» "Eu falei o Clayton já foi preso, o Jorjão também, o Canela, eu não quero ser mais um para entrar no sistema, pois não sou bandido...". 'Larga de ser bundão, é comigo', Bruno respondeu a Macarrão. O réu chora no tribunal;
» "Eu estava pressentindo que iria levar Eliza para ser executada". Bruno disse 'deixa comigo', batendo no peito, segundo Macarrão;
» "Eu falei: estou indo como seu funcionário, mas quero que você saiba que está acabando com a sua carreira e com a sua vida";
» Juíza pediu intervalo para o banheiro e restante da confissão demora um pouco mais;
» Retomado o interrogatório. Juíza pergunta sobre o traslado de Eliza. Macarrão diz que foram apenas ele e o adolescente até o local indicado.
» Macarrão diz que não viu quem recebeu Eliza na rua. "Juro para a senhora que eu não vi. Posso falar que saiu de um Palio preto". A desculpa para que Eliza os acompanhasse foi que ela seria levada ao apartamento que Bruno daria a ela.
» Depois que Eliza entrou no Palio, Macarrão e o menor retornaram ao sítio. "Foi tudo muito rápido. Saí correndo, quase bati o carro";
» Diz Macarrão que na volta ao sítio o adolescente estava tranquilo, enquanto ele chorava muito. Relata que sempre foi chamado de 'bundão';
» Ao chegarem ao sítio, contou como foi tudo para o Bruno, que disse "tá tranquilo";
» Todos arrumaram as malas, e foram para o Bairro Liberdade, de onde partiu o ônibus que levou o 100% a Angra dos Reis. "Cheguei apavorado e até viajei sem clima. Inclusive a testemunha afirmou que fui no banco da frente, nem participei da bagunça no ônibus";
» Macarrão reafirma que não sabe a quem entregou Eliza. "Por toda a situação, acredito que foi a mesma pessoa que falou com Bruno no telefone";
» Disse que Bruninho ficou sob os cuidados de Dayanne. Juíza insitiu saber qual o argumento usado para ela cuidar do bebê. "Eu não sei";
» "O senhor se sente mais aliviado com tudo que falou hoje?", pergunta a juíza. Chorando, responde: "guardei tudo isso por 2 anos, 4 meses e 22 dias". Diz ter sofrido por ser tratado por monstro ao longo deste tempo;
» "Se tem alguém que acabou com a vida de alguém, foi o Bruno, que acabou com a minha vida", declara Macarrão;
» "Hoje eu sei que sou um arquivo vivo e arquivo morto. Tenho medo de morrer, mas acabou tudo isso", desabafa Macarrão.
Com informações de Daniel Silveira, João Henrique do Vale e Emerson Campos
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