São superiores a R$ 100 milhões os desvios de recursos públicos no
Maranhão. Foi o que informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Mas esse valor pode ser muito mais robusto. “Temos que quebrar o sigilo
bancário das empresas fantasmas para sabermos a movimentação exata. Por
enquanto o que temos é uma estimativa que gira em torno de R$ 100
milhões. Mas esse valor não é definitivo, podendo ser bem maior”, afirma
o secretário adjunto de Segurança Pública, Laércio Costa.
A
SSP chegou a esse valor após as investigações sobre o assassinato do
jornalista Décio Sá, em abril deste ano. “Esse esquema foi descoberto em
função da Operação Detonando em que nós investigávamos a morte do
jornalista Décio Sá.
Após o cumprimento dos mandatos de buscas feito na
residência das pessoas investigadas nós nos deparamos com o esquema de
agiotagem feita com as prefeituras aqui do estado”, explica o secretário
adjunto de Segurança Pública, Laércio Costa. Ainda de acordo com o
secretário “o esquema tinha como cabeças José de Alencar Miranda
Carvalho, pai de Gláucio Alencar”.Laércio Costa confirma ainda a existência de pelo menos 20 empresas fantasmas integrando o esquema, além de um escritório de advocacia. “Nós já temos confirmadas a existência de 20 empresas fantasmas em nome de laranjas, de ex-presidiários, além de pessoas que já faleceram. Nesse caso as empresas foram criadas muito depois da morte dessas pessoas. No esquema também foi encontrado a participação de um escritório de advocacia”.
Na segunda-feira, toda a documentação foi repassada ao procurador chefe do Ministério Público, José Leite. “Esses documentos comprovam a pratica de agiotagem no Maranhão”, observa Laércio Costa. Para investigar a agiotagem no estado foi montada uma comissão formada pelos delegados Maymone Barros, Roberto Larrat e Roberto Wagner. Até agora os trabalhos da Polícia Civil já deram conta do envolvimento de pelo menos 52 prefeituras no crime. De acordo com o Secretário Adjunto de Segurança Pública, Laércio Costa “Esse envolvimento está relacionado a documentos, cheques e blocos de notas fiscais. Isso tanto de prestação de serviço ao Fundo de Participação, recursos do município quanto de verbas federais (Fundeb e SUS)”.
A previsão de conclusão do
inquérito da Polícia Civil sobre agiotagem deve chegar ao fim em janeiro
de 2013. “Os trabalhos estão bastante adiantados, mas ainda precisamos
de tempo para que as investigações possam seguir de forma muito
criteriosa e responsável. Eu acredito que no mais tardar janeiro de
2013, estaremos com esse relatório pronto e todos os envolvidos
indiciados e denunciados”.
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